O município de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, é considerado uma potência no Mundo Miss brasileiro contemporâneo. Esse reconhecimento e prestígio é fruto do trabalho do competente Eder Ignácio, que desde 2014 é coordenador do concurso municipal e já tem em seu currículo dois títulos estaduais.
Eder Ignácio |
Natural de Rifaina - SP, 37 anos, formado em Administração e pós graduado em Administração Financeira e Orçamentária com ênfase em Marketing, Eder Ignácio é hoje uma referência em preparação de misses no país.
Ele conversou com o blog sobre sua carreira no Mundo Miss, os caminhos do Miss Brasil e revelou qual é a sua Miss Universo e Miss Brasil favoritas.
1. A quanto tempo você é coordenador do Miss Ribeirão Preto?
R: Desde 2014.
2. Como conheceu o Mundo Miss?
R: Ainda quando morava em Rifaina e assistia aos concursos com minha mãe, mas a paixão veio em 1996 quando comecei a preparar as jovens de Rifaina para concursos de beleza regionais.
3. Em 2014 você teve projeção nacional por ser o preparador de Fernanda Leme – Miss SP 2014 e 2ª colocada no Miss Brasil 2014. Em 2015 você venceu novamente o Miss SP com Jéssica Voltolini e ela foi a 3ª colocada no Miss Brasil 2015. Como essa projeção mudou sua carreira como preparador de misses?
R: O meu trabalho ganhou visibilidade nacional, e isso me proporcionou a oportunidade de fazer a atividade que mais me realiza enquanto ser humano que é a de preparar e transformar a vida de tantas jovens, de vários lugares diferentes e não somente de Ribeirão. Fazemos essa transformação de forma positiva e não somente no âmbito dos concursos, costumo dizer que nós as preparamos para a vida, para o seu futuro.
Todo o nosso trabalho tem o foco no concurso mas é realizado com uma dinâmica de forma que as meninas carregam o conhecimento consigo e isso reflete depois na vida acadêmica ou no setor profissional e isso perdura até a fase mais madura com certeza.
É uma transformação interior real!
Com a Miss SP 2014 - Fernanda Leme |
4. Eu admiro muito o seu trabalho e percebo sua “marca” em misses que passaram pela sua preparação. Qual seria, na sua opinião, o seu diferencial como preparador?
R: O amor pelo faço é um diferencial. Não é uma questão financeira pra mim, já que tenho outra fonte de renda e não sobrevivo do mundo Miss.
O carinho com que recebo cada jovem e a intimidade familiar como nos entrosamos é primordial para fixar a nossa marca, digo nossa porque existe toda uma equipe comigo e não é uma equipe pequena, somos em 12 profissionais desde 2014. Nos reunimos a cada jovem que iremos receber e estudamos a franquia, o perfil de cada jovem e desenvolvemos um trabalho único e personalizado de acordo com as necessidades de cada candidata. Não existe uma fórmula ou apostila a ser seguido é tudo muito personalizado mas de uma coisa eu não abro mão nas jovens que passam por nós: a classe, a elegância e a postura ímpar são imensamente trabalhados em nossas meninas.
5. Este ano você preparou a Miss SP 2018, Paula Palhares, para o Miss Brasil 2018 (onde foi top 10) e foi possível perceber uma mudança significativa em relação à segurança e postura dela em pouco tempo. Você poderia relatar como foi seu trabalho com ela?
R: Meu contato com a preparação da Paula Palhares foi antes do Miss São Paulo porém fizemos um trabalho a distância cujo aproveitamento não é tão eficaz mas foi suficiente para que ela levasse o título de Miss São Paulo, logo em seguida criamos um protocolo e cronograma de preparação onde ela passou mais ou menos 15 dias conosco, o trabalho era árduo começava as 09h e durava até 21h ou 22h e tudo foi massivamente trabalhado. Desde o início, o nosso maior desafio sempre foi a transição da Paula menina para a Paula mulher, afinal ela estaria concorrendo ao Miss Brasil e precisávamos mudar esse perfil teen tão forte nela. Acredito que conseguimos fazer isso com maestria sem que ela perdesse a ternura ou a simplicidade de menina. Paula passou de rejeitada pós Miss São Paulo (depois da falha na resposta final) para adorada e ovacionada no e pós Miss Brasil.
Paula é incrível, tem vivacidade, bom humor, sagacidade e prazer em ser Miss. Jamais irá negar uma sorriso, uma reposta ou um abraço.
Com a Miss Brasil 2015 - Marthina Brandt |
6. O concurso Miss Brasil tem passado por mudanças desde 2015 quando foi adquirido pela Polishop. O que você percebe de positivo e negativo nessa nova fase?
R: Positivo: a intenção da antecipação “visando” um resultado mais positivo no Miss Universo, porém esses adiantamentos ainda não mostraram a que vieram. A falha não estava nem está no tempo que a nossa candidata tem até o Miss Universo, a falha está no trabalho de base, no municipal e principalmente nos estaduais que precisam ser mais valorizados e acompanhados de uma forma analítica pela organização nacional. A tentativa de modernização é positiva, colocar a Miss Brasil como uma figura mais tangível é louvável mas não vimos isso de forma prática e lúdica como deve ser.
De positivo eu só senti o trabalho de investimento feito em divulgação e mídia quando Raissa Santana (Miss Brasil 2016) foi eleita e notícia em vários veículos de comunicação, porém esse trabalho não perdurou nas misses posteriores. Os discursos colocados à tona são de grande valia mas deveriam ser feitos de forma a agregar de fato na vida das pessoas e não de forma midiática como vimos, enfim...
A Polishop e Be Emotion tem tudo para nos transformar na nova Colômbia ou Filipinas, mas precisa ajustar melhor o formato, reavaliar equipe e conduta tanto nos estaduais quanto nacional, além de se atentar para essa questão de envolver tantos personagens da moda na escolha das Misses.
7. O Miss Universo nos últimos três anos elegeu misses com perfis que associam beleza e confiança, não necessariamente nessa ordem. Muitos fãs do concurso mostram-se insatisfeitos com os resultados desse período. Qual a sua opinião sobre esses resultados e se a junção beleza + confiança influencia o seu trabalho como preparador?
R: A confiança é desenvolvida, obviamente uma Miss que tenha tido suporte, preparação chega ao Miss Universo confiante e isso colabora para a sua dinâmica no concurso. A tônica deveria ser sempre a beleza aliada a confiança e outros adjetivos. Mas trazer primeiro a confiança e deixar a beleza como superlativo em uma disputa que sempre foi de BELEZA fica bem complicado.
Particularmente as muito confiantes quando chegam pra mim eu não gosto muito porque acham que sabem tudo, que dominam tudo e que por isso a vitória está garantida e o problema está justamente aí. Confiança exacerbada nunca é muito bom, já vimos várias misses nesses últimos três anos muito confiantes gastando inglês e alto poder de fotogenia ficarem fora do top 5 ou no máximo chegar no top 3. É preciso possuir confiança, mas ela deve ser na medida, o que não pode faltar é equilíbrio, bom senso e o principal inteligência emocional e isso se conquista com bastante estudo e preparo.
8. O que achou da produção do Miss Brasil 2018?
R: O fato se inserirem o Miss Brasil dentro da estrutura da convenção nacional da Polishop foi uma grande sacada, afinal eles economizam em infraestrutura e podem apresentar ao público de casa e franqueados um show mais elaborado além da grandiosidade do palco e número de público presente “atrair” possíveis parceiros ou investidores.
Marina Lemos, Jéssica Voltolini. Eder Ignácio, Fernanda Leme e Marcela Araki |
9. Você acompanha os grupos dedicados ao Mundo Miss? Se sim, o que acha deles?
R: Acompanho alguns, antes eu gostava mais pois havia um certo respeito de uns para com os outros e principalmente para com as candidatas. Entretanto, acho importante a existência dos grupos para podermos ficar por dentro de tudo que acontece e medir o nosso trabalho enquanto preparador.
10. Para finalizar gostaria de saber qual a sua Miss Brasil e Miss Universo preferidas e por quê?
R: Miss Brasil: Gislaine Ferreira (2003) – a mulher é uma beleza ainda não alcançada nessa nova era, é eloquente e inteligente como poucas, é serena e possui um brilho natural.
Miss Universo: tenho várias que gosto bastante, mas a história de batalha e força de vontade da Pia Wurtzbach (2015) eu tenho um carinho especial. Sua inteligência, seu olhar, seu trabalho social e ativismo merecem reconhecimento. A nossa Ieda Vargas (1963) é pra ser sempre lembrada. Angela Visser (1989) é uma mulher belíssima e um ser humano incrível que até te responde nas redes sociais. Ximena Navarrete (2010) também tenho um carinho especial.
Difícil me decidir por uma apenas rsrs!
O Belezas Paulistas agradece ao solícito Eder Ignácio pela entrevista e atenção com que nos atendeu.
Aplausos pela matéria, o Éder é unanimidade aqui na minha cidade de Ribeirão Preto e em todo o país, certamente será unanimidade novamente agora com a volta do Miss em nossa cidade !
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